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O QUE ADOECE NAS EMPRESAS NÃO É SÓ O EXCESSO DE TRABALHO, MAS A AUSÊNCIA DE SENTIDO

Por Letícia Baoli – jornalista, psicanalista e Arteterapeuta em formação

Há algo que vem adoecendo em silêncio dentro das empresas. Algo que não aparece nos relatórios de desempenho, mas que se expressa em sorrisos forçados, faltas frequentes, desânimo crônico e um cansaço que nem férias resolvem.
Não se trata apenas do excesso de tarefas ou da sobrecarga emocional. Trata-se da ausência de sentido.
Victor Frankl, médico psiquiatra criador da logoterapia, nos ensina que o ser humano é capaz de suportar quase qualquer “como”, desde que encontre um “porquê”. E nas empresas, muitas vezes, os colaboradores sabem o que têm que fazer. Mas já não sabem mais por que fazem.
A crise de saúde mental no trabalho não é só uma questão de burnout. É, muitas vezes, uma crise de propósito. Pessoas que antes sentiam orgulho de suas funções hoje estão apenas cumprindo tabela. Líderes que antes inspiravam agora apenas controlam. O ambiente de trabalho se torna uma extensão de um vazio existencial que não encontra acolhimento nem nome.
É claro que salários justos, benefícios e ergonomia importam. Mas cuidar da saúde mental de verdade exige criar espaços de escuta, pertencimento e

sentido. Exige parar de tratar o ser humano como “recurso” e reconhecer sua complexidade emocional, simbólica e espiritual.
A boa notícia? É possível reconstruir essa conexão. A logoterapia propõe três caminhos para a descoberta do sentido: o trabalho criativo (o que entregamos ao mundo), a vivência amorosa (o que recebemos dele) e a atitude diante do sofrimento (como lidamos com o que não podemos mudar). E todos esses caminhos podem — e devem — atravessar o universo corporativo.
A saúde mental no trabalho começa quando líderes, RHs e colaboradores passam a se perguntar:

“Isso tudo que estamos fazendo… está servindo para quê?”

E mais:

“Como podemos transformar nosso fazer em um lugar de realização — e não de punição?”
Empresas que ousam fazer essas perguntas não apenas previnem o adoecimento: elas humanizam o trabalho. E criam, talvez, o ambiente mais potente que se pode oferecer hoje:
Aquele onde o ser humano sente que está exatamente onde deveria estar.

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